O
MONUMENTO DE OITICARÁ
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Missa Campal - Inauguração do Monumento de Oiticará - Massapê-CE Centenário de Miguel de Arruda - 23 de setembro de 1949 Foto premiada pela Kodak brasileira Foto - acervo Ananias Arruda |
O MONUMENTO DE OITICARÁ
O dia era 23 de setembro
de 1949, quando Aurora, a deusa do amanhecer, surgiu cor-de-rosa nos céus de “Oiticará”,
abrindo caminho para o sol iluminar o Monumento-Cruzeiro, Marco Histórico do
Primeiro Centenário de Nascimento do Capitão Miguel de Arruda, a ser inaugurado
naquela manhã.
Em memória de seu pai,
Miguel, de seu avô, João José e de seu bisavô, Amaro José, Ananias Arruda ergueu
um Cruzeiro no local da casa onde viveram seus ancestrais, na “Fazenda Oiticará”,
as margens do riacho Contendas, Ribeira do Acaraú – Rio das Garças – Freguesia
de Sant’Ana, então município de Sobral; atualmente pertencente à Massapê,
território emancipado de Sobral
Amaro José de Arruda, português,
natural da Ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, filho de Pedro de
Viveiros e Francisca dos Anjos, aportou em nossas plagas no final do século XVIII
com sua esposa dona Ana Maria da Conceição, brasileira de Mamanguape, Paraíba,
filha do Capitão José Ferreira da Costa e de dona Maria da Silva.
O casal instalou-se na
região Norte do Ceará, em uma fazenda que carregava um doce nome indígena: “Oiticará”;
provavelmente junção da palavra Oiti, uma planta comum no Nordeste, com Cará,
um peixe que habitava as águas tranquilas do riacho Contendas.
Amaro e Ana geraram uma prole
numerosa criando raízes e ramos que se expandiram pelos sopés do maciço
cristalino da Serra de Meruoca, penetraram nos sertões da Ribeira de Aracatiaçú,
deitaram-se na doçura das encostas da Serra de Baturité, alojaram-se em
Fortaleza, transpassaram a Amazônia e o Pará e se espraiaram pela Pátria Mãe.
Um século e meio depois da
chegada do “Patriarca de Oiticará”, Amaro José, e Ana, sua esposa, Ananias, honrando
a memória de seu pai, Miguel de Arruda, neto de Amaro José, inaugurou com uma Missa
Campal, oficiada por Dom José Tupinambá da Frota, então bispo-conde de Sobral, o
referido monumento, com uma placa em seu frontispício perpetuando a memória de
seus antepassados.
A missa foi “esculpida” em
uma bela foto, premiada pela Kodak Brasileira em concurso nacional, no ano
seguinte, 1950, com centenas de pessoas vindas de Baturité, Fortaleza, Sobral,
Massapê e outras regiões do Ceará, ajoelhadas à margem do Monumento-Cruzeiro, registrando
para a posteridade a religiosidade do povo cearense.
Presentes no dia histórico,
membros de várias ordens religiosas, o idealizador do evento, Ananias Arruda,
seus irmãos: Raimundo, Adelina e a Ir. Maria Luiza, freira Dorotéia, suas
filhas adotivas, Rocilvalda e Luiza Altair, sua tia materna Eliza e grande
número de netos, bisnetos, trinetos, primos, parentes e amigos do principal
homenageado, Capitão Miguel de Arruda e seus ascendentes.
Além de fotos, o evento
foi registrado pela filmadora de Ananias em um filme que captou importantes
momentos daquela manhã histórica, como: os quatros filhos do homenageado
Capitão Miguel de Arruda: Ananias, Adelina, Raimundo e a freira Doroteia Ir.
Maria de Lourdes semeando, em frente ao monumento, 100 sementes de pés de palmeira;
a chegada de canoas, caminhões e jipes com centenas de pessoas; momentos da
missa campal oficiada por Dom José Tubinambá da Frota e o grupo de familiares e
amigos de Ananias Arruda postados em frente ao Monumento.
Além de um símbolo
religioso, o cruzeiro é um marco da História da colonização da região de
Massapê que deve ser preservado para a posteridade.
ana margarida furtado
arruda rosemberg
Fortaleza, 2 de março de 2025
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Foto - acervo Ananias Arruda |
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Familiares descendentes de Miguel de Arruda Inauguração do Monumento de Oiticará - Massapê-CE Primeiro Centenário de Nascimento de Miguel de Arruda - 23 de setembro de 1949 Foto - acervo Ananias Arruda |
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