sexta-feira, 30 de julho de 2021

Por: Maria Vanda Teixeira de Arruda Furtado - Rua na Pandemia

 

                       Maria Vanda Teixeira de Arruda Furtado

Rua  na Pandemia

        Vanda Furtado

 

 O que foi feito da rua, tantas vezes agitada?

Crianças saindo pra escola,

Barulhos de muito apressados

Gritos de vendedores na orla.

Ansiosos correndo ao mercado,

Atletas treinando atalhos,

E todos partindo aos trabalhos!

 

E eu me pergunto: aonde iremos?

Igrejas, já quase vazias,

Estádios de há muito isolados,

Escolas de portas fechadas,

Hospitais mais que lotados!

Apenas escancaradas,

As portas das funerárias!

 

Onde encontrar poesia,

Métrica, rima, harmonia?

Onde se escondeu a alegria?

Não lhe posso responder,

Eu jamais o saberia,

Pois a rua se põe vazia!

 

Mas olha, então calmamente

Pra baixo daquelas pontes

Verás  que há mais carentes

 De abrigo, de paz, aos montes,

Com fome, sem trabalho,

Mendigando pelo falho

Destino que o egoísmo

Impôs à beira do abismo

 

Nas lares de quem os têm,

Famílias se abraçariam,

Mas, apenas se detém

Da web, por um fio.

E se transmutam no vazio

Em logos de frustração,

Convívio de ansiedade,

Refúgios de dor e saudade!

 

 

 

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