sábado, 17 de julho de 2021

Por: Maria Vanda Teixeira de Arruda Furtado - RUA 7


       Maria Vanda Teixeira de Arruda Furtado


 Rua 7   

Tão crua, tão nua, tão rua!

Comprida, descida, doída,

Entre uma casa e outra,

A de meus pais

E a que virou Museu!

Compondo o extenso estirão,

Partindo do início do Céu, 

Ao extremo chão!


Palco das mais doces Recordações!

Tela das mais belas Projeções! 

Alento de indizíveis emoções!

Início de tépidas paixões!

Encontro de  corações!


Brincadeiras de roda,

Três, três passarás,

Apareceu a Margarida, olê olê olá!

É manjou, Monte Branco! Passa anel!

Garbosamente, dividida  ao meio,

Repartias com canteiros de fixo benjamim

A bela cidade-jardim!


Há  quanto tempo!... E ainda desabrocha 

em ti, o fervor da promessa!

Te reverbera,  o ardor da alegria 

E ainda, transpiras  olor de saudade! 

E  inspiras amor e amizade!


Coroada que foste  pela Igrejinha 

De Nossa Senhora do Rosário, 

Hoje, quem a demoliria? 

Calçada pela Praça de Sta Luzia

Rua 7, só te lembro como minha!


Agências Bancárias.

Cafés, sorveterias, Lojas e Bilhares,

Tomam ar de festa,

Quando do  garrular de estudantes,

Enchendo de risos, e mais,

O belo o desaguar

Daquele Rio de paz!


Rua em que vivi com tanto ardor!

Rua da minha infância e adolescência!

Trazes o clamor da saudade em sua  essência!

Rua, que em mim desabrochou,

Os primeiros eflúvios do amor!

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