terça-feira, 20 de setembro de 2022

111 ANOS DO CASAMENTO DE ANANIAS ARRUDA E ANA CUSTÓDIO

 


FESTA DE CASAMENTO DE ANANIAS E ANA CUSTÓDIO


Ananias Arruda e Ana Custódio casaram-se no dia 17 de setembro de 1911, na Matriz de Baturité-CE. A cerimônia de núpcias foi celebrada pelo Monsenhor Manoel Cândido, tio da noiva.

Naquela manhã de setembro, na casa de seus pais, Coronel Miguel de Arruda e Livramento Vasconcelos Arruda, um burburinho de regozijo pairava no ar.

             Ananias, o noivo, um jovem de 25 anos, encantara, com seu olhar sonhador de um azul profundo, uma bela adolescente que o encantara também. A noiva, Ana, filha de Custódio e Águida, possuía uma beleza quase angelical, no desabrochar dos seus 16 anos.

O vestido branco de brocado, fechado até o pescoço e ornado com pedrarias e joias, realçava o candor virginal de Ana. A cintura bem fina, marcada com uma rosa, dava-lhe, paradoxalmente, um toque sensual. Uma grinalda de pedras preciosas prendia o véu de tule de seda que, ao mesmo tempo, escondia e destacava a beleza da noiva. 

            Ana estava radiante como “Ishtar”, antiga deusa do Amor, que foi coberta por um véu de vapores da terra e do mar, ao surgir das profundezas. O noivo, Ananias, elegantemente vestido de fraque preto, camisa e luvas brancas, trazia no olhar energia e determinação.

            Após a cerimônia, os noivos receberam os cumprimentos na casa de Miguel e Livramento e todos festejaram aquela união. Chegada a hora da fotografia, os 39 membros da família posicionaram-se e observaram a máquina que tinha um formato de caixa com um pano preto. O fotógrafo olhou o grupo, através dela, com o pano sobre a cabeça. Depois, pediu para que todos ficassem imóveis. Quando ele percebeu que estavam todos em seus lugares e imóveis, abriu o diafragma e expôs por alguns segundos a chapa fotográfica. Depois, fechou o diafragma e a fotografia foi tirada para a posteridade. 

Os noivos foram fotografados. Ele sentado e ela, ao seu lado, em pé, como era costume da época. As seis noras do casal Miguel e Livramento, todas em pé, lado a lado, foram fotografadas, também.

       Quando se casou com Ana, Ananias já desenvolvia uma profícua atividade sociorreligiosa. Com apenas 14 anos, tomou parte da fundação da Conferência de São Luiz de Gonzaga. Com 15 anos, ainda estudante, foi professor e, logo depois, diretor da Escola Paroquial do Menino Deus, para crianças pobres.                        

 Concluiu seu curso de humanidades, em 1902, com 16 anos, iniciando sua vida profissional na firma dos irmãos Antônio, José e Vicente. Em 1904, com 18 anos, fundou o Círculo Operário Católico de Baturité. 

           A visita semanal aos presos da Cadeia Pública de Baturité e a Páscoa anual, Ananias realizou desde a idade de 15 anos até o fim de sua vida. 

            Sua união com Ana foi amalgamada com um amor que perdurou durante toda a vida de Ananias.  Mesmo depois da morte de sua esposa, que faleceu relativamente jovem, Ananias manteve-se fiel a sua memória. Ele, movido por este amor e pela fé indômita, que sempre o acompanhou, realizou grandiosas obras durante sua longa e abençoada existência.

ana margarida furtado arruda rosemberg

Paris, 14 de setembro de 2022

 

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